sexta-feira, 17 de setembro de 2010
História do Sega Dreamcast
Em 1996, rumores sobre um novo console da Sega apareceram pelo mundo. De acordo com esses rumores, o codinome dessa máquina seria "Dural" (nome do chefe do jogo Virtua Fighter 2). No começo de 1997, informações sobre uma possível parceria entre Sega e Microsoft e a fabricação do processador de vídeo pela NEC/Videologic saíram de dentro da própria Sega.
Logo após essas informações a 3DFX, empresa de tecnologia gráfica, revelou um acordo com a Sega para prover tecnologia gráfica para uma nova máquina denominada até o momento de "BlackBelt". Até aquele momento, a 3DFX era muito popular por causa de suas placas aceleradores de vídeo chamadas "Voodoo" para PC's e aparentemente seria essas placas usadas na nova máquina da Sega.
Agora é claro que a Sega tinha duas máquina diferentes em desenvolvimento, uma no Japão (codinome "Dural/Katana"), e uma nos Estados Unidos (codinome "BlackBelt"). Em um determinando momento, o "BlackBelt" (desenvolvido pela Segasoft, Microsoft e 3DFX) foi apresentado para um limitado número de desenvolvedores e aparentemente foi muito bem recebido. O sistema operacional foi desenvolvido de uma maneira para tornar fácil a programação e permitir conversões de jogos para PC e do PC mais rápidas. Até aquele momento a política da Sega mostrava que poder de processamento não era mais importante do que facilidade de programação de jogos. O japonês "Katana" superava o "BlackBelt" em termos de hardware, porém tinha um sistema operacional mais difícil de ser programado.
Em julho, a Sega cancelou o acordo com a 3DFX, a aparentemente o "BlackBelt" seria cancelado também. Não se sabe ao certo o porque do "BlackBelt" ter sido cancelado em favor da versão japonesa, porém a razão mais aparente seria que os custos de produção eram muito altos, tornando o preço para o consumidor final muito "salgado". Outra possibilidade seria que o "BlackBelt" não tinha poder suficiente para competir no mercado com as novas máquinas produzidas pela Sony (PlayStation 2) e pela Nintendo (GameCube).
Nesse momento foi reportado no Japão que o codinome do console passou a ser "Katana". Foi oficialmente anunciado que a Hitachi faria a CPU para a máquina. No começo de 1998, NEC/Videologic foi confirmada para a fabricação do processador de vídeo, o PowerVR Series II. O sistema operacional foi alterado para ser fácil de uso e programação assim como era o do "BlackBelt". A Microsoft escreveu um novo sistema de desenvolvimento baseada na tecnologia do Windows CE (sistema operacional usado nos palmtops e handhelds). Em maio de 1998 o Dreamcast foi oficialmente anunciado por Bernie Stolar, até o momento CEO da "Sega of America".
O Dreamcast foi lançado dia 27 de novembro de 1998 no Japão. Os americanos tiveram que esperar quase um ano para o lançamento nos Estados Unidos. Seu lançamento foi no dia 9 de setembro de 1999 (9/9/99) com uma campanha de marketing monstruosa. Na Europa, a data do lançamento foi em 14 de outubro de 1999 e na Austrália/Nova Zelândia no dia 30 de Novembro de mesmo ano.
O Dreamcast arrecadou mais de US$ 97 milhões no primeiro dia de lançamento na América do Norte e vendeu mais de 500.000 unidades nas primeiras 2 semanas. Em um mês e meio a marca chegou a 1 milhão de máquinas vendidas.
Na Europa foram vendidas mais de 100.000 máquinas no dia do lançamento e mais de 185.000 no primeiro fim de semana.
Infelizmente, na região da Austrália, o lançamento foi considerado um desastre pelos fãs da Sega. O distribuidor oficial da Sega por lá, a Ozisoft, lançou somente 9 títulos no período do lançamento do Dreamcast, e nenhum desses produzido pela Sega. VMS e outros periféricos não estavam também disponíveis.
No Brasil, a Tec Toy (representante oficial da Sega por aqui) fez uma campanha até que grande. Cheguei a ver diversos "Outdoors" por São Paulo e alguns comerciais na televisão. Mas nem tudo são flores. O Dreamcast produzido pela Tec Toy vinha sem o Modem. Como seu preço era mais alto do que os praticados pelos importadores (e ainda por cima o importado vinha com Modem) acredito que a Tec Toy não tenha conseguido bons resultados nas vendas (isso não quer dizer que o Dreamcast não foi bem aceito).
O Dreamcast realmente era uma máquina muito potente, tanto para jogos 3D quanto para jogos 2D. Conversões do arcade eram simples e fáceis. E muitas vezes a conversão saia melhor do que o original (Soul Calibur é um bom exemplo). O que impressiona também, é o tempo de carregamento dos jogos. Alguns praticamente não tem.
O controle do Dreamcast foi praticamente baseado no controle 3D do Saturn. O controle e bem macio e fácil de segurar (apesar do seu tamanho), porém, para jogos de luta recomendo um controle Arcade. Existem 2 entradas no controle, uma para o VMU (Visual Memory Unit, ou memory card, como preferirem) e outra para o acessório de vibração do controle.
O desenvolvimento do Dreamcast iniciou-se pela produção de dois projetos diferentes: O projeto Black Belt foi desenvolvido pela Sega americana em conjunto com a 3Dfx, enquanto a Sega Japonesa desenvolveu o projeto Dural em conjunto com a NEC e a Hitachi. No final o projeto Dural acabou sendo escolhido, o que levou o time de desenvolvimento do Black Belt a se desligar da SEGA. Posteriormente, o projeto Dural foi renomeado Katana, até finalmente receber seu nome definitivo: Dreamcast (Elenco de Sonho).
O lançamento do Dreamcast no Japão em 27/11/1998 foi um sucesso, esgotando as 150.000 unidades disponíveis em um único dia. Nos Estados Unidos da América o Dreamcast bateu o recorde de vendas de consoles, com 500.000 unidades só na data de lançamento, em 9/9/1999. No Brasil o aparelho foi lançado pela Tec Toy em outubro de 1999.
Diversas empresas desenvolveram jogos para o Dreamcast. Houve inclusive o apoio da Microsoft, que desenvolveu para o Dreamcast um kit de desenvolvimento baseado no Windows CE, que permitia portar jogos da plataforma PC para o console com mais velocidade e facilidade.
Em janeiro de 2001 a SEGA anunciou uma mudança de planos, onde estaria desenvolvendo jogos para os outros videogames disponíveis no mercado. Com isso o Dreamcast estava sendo oficialmente descontinuado. Apesar da boa participação no mercado americano e europeu, a forte concorrência do Sony Playstation 2 e os seguidos anos de prejuízo aliado às baixas vendas no mercado japonês ajudaram para que isso acontecesse, pois também os novos videogames tinham um processador mais potente e usaram o novo tipo de disco de mídia, o DVD.
Nos meses que se seguiram, diversos jogos em desenvolvimento tanto pela SEGA quanto por outras empresas foram cancelados. Desenvolvimento de novos jogos ainda acontecem - apesar de raros, e se restringe ao mercado japonês.
Hoje em dia existe uma forte comunidade de desenvolvimento caseiro para o Dreamcast. Utilizando um Kit de Desenvolvimento também caseiro, chamado KallistiOS, estão sendo desenvolvidos diversos jogos, emuladores e aplicações que dão um sobrevida ao console.
Característica
O Dreamcast vinha equipado com um modem, que permitia o acesso à Internet através de um navegador desenvolvido especificamente para ele. Também foram lançados diversos jogos que permitiam partidas online. No Japão ainda foram lançados diversos jogos que possibilitavam a conexão com servidores regionais, permitindo partidas online dentro de redes específicamente criadas para aqueles jogos. No resto do mundo, todos os jogos online utilizavam exclusivamente a Internet. Ainda no Japão, diversos serviços online foram criados, como vídeo conferência e o download de músicas para karaokê, e através do navegador de internet era possível conversar via Internet utilizando um microfone conectado ao controle do videogame.
O Dreamcast utiliza um formato especial de CD-ROM desenvolvido pela Yamaha especialmente para a SEGA, chamado GD-ROM. Com capacidade de 1 Gigabyte, o formato parecia ser a prova de pirataria, até que em em junho de 2000 um grupo hacker chamado Utopia disponibilizou a imagem de um CD de boot, que permitia que o Dreamcast executasse jogos rodando em um simples CD-R. Isso era possível devido ao Dreamcast também suportar o formato Mil-CD, permitindo que um CD-R nesse formato fosse executado no console sem problema algum.Os Dreamcast fabricados após outubro de 2001 não possuem mais suporte ao formato Mil-CD, mas àquela altura milhões de unidades no mercado já haviam sido vendidas.
Um GD-ROM possui duas seções de dados: a primeira pode ser lida em drives de CD-ROM de computadores e que normalmente continham alguns bônus do jogo (papéis de parede, informações), enquanto a segunda contém os dados do jogo em sí, e só é acessado pelo Dreamcast.
Os jogos são codificados para funcionarem apenas nos aparelhos de sua própria região. Isso significa que jogos lançados em uma região não funcionará em aparelhos de outras regiões. As regiões disponíveis são: Japão, Estados Unidos da América (que inclui o Brasil) e Europa.
Especificações
Processador: Hitachi SuperH4 a 200Mhz.
Memória: 26 Megabytes (16MB de memória principal, 8MB para vídeo e 2MB para som).
Áudio: Processador de som Yamaha de 64 canais (45MHz).
Gráficos: NEC PowerVR Series II, 100MHz e 8MB de memória, capacidade de 6,1 milhões de polígonos/segundo).
Drive de CD-ROM: Yamaha 12x GD-ROM drive.
Portas: 4 portas para controles, uma serial e uma de expansão.
Comunicação: Modem (EUA/Europa: 56Kbps, Japao: 33.6Kbps, vendido separadamente em alguns países).
Peso: 1,9 kg.
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Cara parabéns pelo Blog, li toda a historia e fico aqui me recordando a primeira vez que vi este console maravilhoso, na epoca aqui na minha cidade era muito popular o PSone(acho q em qualquer lugar né..heuheuhe), juntava toda mesada que ganhava da minha mãe para comprar um PSone e na loja de games que eu frequentava um dia chegou um Dreamcast, ficava babando neste console, com um controle bem robusto, diferente, enfim, só depois de 12 anos do lançamento do dreamcast consegui o meu, alias tenho2 dreamcast de tanto que queria um, acabei comprando 2..heuue!!
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